“Se não votar logo essas reformas a tendência é piorar”, diz Azambuja

Declaração tem relação com margem para reajuste dos servidores

MARESSA MENDONÇA E BRUNA AQUINO

“Se não votar logo essas reformas, a tendência é piorar”. A declaração foi dada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), na manhã desta quarta-feira (17), ao ser questionado sobre a margem disponível ao Estado para negociar o reajuste dos servidores. Segundo ele,  a demora na aprovação das reformas previdenciária e tributária comprime as finanças públicas e dificulta a concessão de aumentos salariais.

Azambuja citou ainda a situação de outros estados e dificuldades dos chefes em cumprir com o pagamento da folha. “Hoje você tem 20 estados que não dão mais conta de pagar a folha de pagamento em dia e apenas sete que estão cumprindo religiosamente com essa obrigação”. Nesse  contexto, ele reforçou a necessidade da implantação da reforma da Previdência, como já havia feito anteriormente, e alertou para a possibilidade de crise financeira ainda maior.

Este cenário, segundo Azambuja, será apresentado aos servidores em reunião com a participação dos secretários de Gestão Estratégica,  Eduardo Riedel, e de Administração,. Roberto Hashioka.

NO MUNICÍPIO

A Prefeitura de Campo Grande já reconheceu que o orçamento está “apertado” para conceder reajuste aos servidores municipais.

A prefeitura  projeta receita de R$ 4,3 bilhões para o Orçamento do ano que vem, conforme projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviado ontem para a Câmara Municipal. O aumento de aproximadamente R$ 300 milhões em relação ao Orçamento atual tem origem sobretudo nas operações de crédito, que viabilizaram obras públicas. A alta da receita própria, porém, deve ser de apenas 2%, conforme estima o secretário de Finanças e Planejamento, Pedro Pedrossian Neto, o que deve dar pouca margem para reajuste salarial dos servidores.

Quanto ao crescimento da receita própria, de 2%, muito provavelmente abaixo da inflação projetada para este ano, este já está influenciando nas negociações para reajustes salariais dos servidores públicos. “Já estamos no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal e, mesmo que não houvesse reajuste nenhum, o próprio crescimento vegetativo da folha de pagamento [promoções por antiguidade, quinquênios e outros benefícios do serviço público] gera um aumento natural dos custos”, comenta o secretário de Finanças. Atualmente, a folha de pagamento dos servidores do município é de R$ 130 milhões.

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