Kassab diz que PSD não pode desaparecer e quer prefeituras

Presidente nacional do partido quer o máximo de prefeitos e vereadores para ter base forte em 2022

“Partido que não lançar candidatos, a tendência é desaparecer”. A declaração do presidente nacional do Partido Social Democrático (PSD), ex-ministro Gilberto Kassab – que esteve em Campo Grande na sexta-feira (20), quando se reuniu com a Executiva Estadual –, deixou claro o norte que pretende que a legenda siga nas eleições municipais de 2020 em Mato Grosso do Sul. “O momento de qualquer partido é de se organizar para as eleições municipais, para ter bons quadros de candidatos a prefeito e vereador”, disse. A agremiação fica, assim, com a orientação de, ao menos nos grandes e médios municípios, lançar nomes para tentar conquistar prefeituras. Em janeiro do próximo ano está prevista uma nova reunião.

Kassab fez questão de ressaltar que, em Mato Grosso do Sul, há amplas possibilidades de se conquistar cadeiras nas prefeituras e câmaras de vereadores, principalmente pela musculatura eleitoral de nomes representados no Congresso Nacional, como o senador Nelson Trad Filho (presidente regional do partido), o deputado federal Fabio Trad (vogal), assim como no Legislativo estadual pelo deputado estadual Londres Machado (vice-presidente da legenda), que integram a Executiva e trabalham pelo fortalecimento do PSD. Os três têm percorrido o Estado para formar o maior número de diretórios municipais e vêm contando com apoio de prefeitos e vereadores nas regiões. Além disso, com Marcos Trad – que disputará a reeleição –, o partido tem o comando da Prefeitura de Campo Grande, o que não deixa de ser uma forte marca do partido, por ser de uma capital.

Essa ação política em Mato Grosso do Sul se reveste de grande importância, segundo Kassab, ao afirmar que a legislação eleitoral tem passado por mudanças e que essas deverão permanecer. Sua opinião equivale a dizer que as alterações não são de conveniência ou apenas para atender a interesses políticos de ocasião. Para ele, “[as mudanças] vieram para ficar”, e fez questão de lembrar a proibição, que passa a ter vigência a partir do pleito de 2020, de coligações nas proporcionais (chapas de vereadores).

Kassab não é um neófito na política. Ele contabiliza em sua vida pública, além de ministérios, passagem como prefeito de São Paulo, deputado estadual, vereador, secretário municipal de Planejamento e deputado federal. Assim, sua posição como dirigente do partido remete ao futuro, pois deseja que o PSD esteja preparado para 2022, quando estarão na disputa a Presidência da República, governos dos estados, uma vaga para o Senado, cargos na Câmara dos Deputados (Mato Grosso do Sul tem oito cadeiras) e assembleias legislativas (no Estado são 24 lugares).

E para sucesso nessa empreitada, em seu entendimento, o fortalecimento começa com o lançamento de candidatos em todos os municípios nas próximas eleições.

No ano que vem, não poderão ser lançadas chapas de vereadores com integrantes de partidos diferentes a título de coligação. Cada legenda terá de colocar na disputa chapa pura de postulantes às câmaras municipais e ainda 30% das vagas têm de ser destinada às mulheres, conforme determina a legislação eleitoral. O que ainda está permitida é a coligação na majoritária (partidos com suas chapas puras de vereadores apoiando os candidatos a prefeitos).Mas o dirigente do PSD também faz uma previsão: a coligação na majoritária também deverá acabar, com o avanço e modernização da legislação eleitoral, e os partidos que não estiverem fortalecidos não poderão apresentar ao eleitor, no futuro, nomes fortes para todos os cargos nas eleições em chapa única. Isso será o fim da maioria dos mais de 30 partidos hoje registrados na Justiça eleitoral. Para que isso não aconteça, Kassab quer o PSD disputando em pé de igualdade com os demais e ampliando suas bases desde já.

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