Pesquisa realizada pelo Procon revela que o mesmo produto da mesma marca, pode ser encontrado em preços variados em diferentes estabelecimentos
Naiara Camargo
A Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul (Procon/MS) realizou uma pesquisa em diferentes supermercados a respeito da variação de preços de produtos essenciais da cesta básica.
O órgão constatou que um mesmo produto, idêntico e da mesma marca pode custar mais de 222% mais caro em alguns estabelecimentos.
O fósforo Fiat Lux Pinheiro, pacote com 10 caixas e média de 40 palitos, custa R$2,79 no Atacadão da Coronel Antonino, enquanto no Extra da Joaquim Murtinho, seu valor é de R$8,99. É uma variação de 222,22%.
A menor variação percentual foi de uma lata de ervilha de 300 gramas da marca Bonduelle. No Carrefour do Shopping Campo Grande, custa R$2,69. Já no Supermercado Santo Antônio, ela custa apenas 10 centavos mais caro: seu preço é de R$2,79.
Em relação aos produtos de higiene, que também compõem itens da cesta básica, o papel higiênico de folha dupla Personal com quatro unidades custa R$3,25 no Fort Atacadista da rua Valparaíso e R$6,89 no Legal Supermercados da avenida Albert Sabin, o que representa uma variação de 112%.
A menor variação detectada entre esses produtos de limpeza foi no detergente líquido Girassol com 500ml. No Central Atacadista, localizado no bairro São Jorge da Lagoa, ele custa R$1,69, enquanto no Fort Atacadista da rua Valparaíso, seu valor é de R$1,75.
O Assaí Atacadista Aeroporto é o supermercado que mais possui produtos com menor preço. Foram verificados 34 itens com preço mais baixo em relação à outros estabelecimentos.
O local com maior número de itens mais caros foi o Supermercado São João, localizado na região do Aero Rancho.
O Procon realizou essa pesquisa em vários estabelecimentos diferentes, vistoriando preço por preço de 211 produtos. Porém, apenas 146 puderam ser contabilizados pois foram encontrados em, no mínimo, três locais diferentes.
O superintendente do Procon, Marcelo Salomão, informou ao Correio do Estado que, para que o consumidor não saia prejudicado nesse tipo de situação, é imprescindível que crie o hábito de pesquisar para ter uma economia doméstica.
Entretanto, Salomão destaca que o indivíduo não deve considerar apenas o preço. “Olhe se o produto não está vencido, se a embalagem não está danificada, se as especificidades do produto são inerentes à ele, se o produto está guardado na temperatura ideal. O preço é importante mas não pode ser um fator para tomada de decisão”, orienta.
Denúncias pelo app
O Procon-MS também está no aplicativo “MS Digital”. Além de outros serviços disponibilizados, denúncias e reclamações também podem ser feitas pelo app.
É fácil e rápido: basta ir no ícone “Procon” e depois na aba “denúncia”. A partir daí, aparecerão seis passos (tipo de denúncia, tipo de lugar, anexo de fotografias, descrição do ocorrido em até 200 caracteres e endereço do local) para preenchimento.
A denúncia cairá automaticamente no sistema do Procon e, a partir dela, o estabelecimento estará sujeito às penalidades cabíveis, caso as denúncias sejam concretas.
Com a inovação tecnológica, é possível evitar aglomerações desnecessárias nos postos do Procon e conter o contágio do novo coronavírus, além de evitar que o cidadão saia de casa sem necessidade.
Além da possibilidade de efetivação de denúncias pelo app, também é possível averiguar quais são as empresas com mais reclamações ou elogios no Estado; consultar pesquisas de preços e saber quais são os direitos do consumidor.
“Ele pode fazer a denúncia com registro de foto que vai facilitar para os nossos fiscais a configuração da conduta do fornecedor, ele pode olhar nossas pesquisas, ele pode olhar os sites não recomendados, e ver as notícias do Procon”, explica o superintendente do Procon.
Então o MS Digital é uma ferramenta que aproxima o consumidor do Procon, e possibilita todo aquele equilíbrio necessário na relação de consumo”, finaliza.