‘Estou perplexo’, diz Major Olimpio sobre fala de Bolsonaro envolvendo PSL

André Siqueira

O senador Major Olimpio (PSL-SP) afirmou, nesta terça-feira, 8, estar “perplexo” com o comentário feito por Jair Bolsonaro a um apoiador, na manhã de hoje. No Alvorada, o presidente pediu a um rapaz que esquecesse o PSL e disse que o deputado federal Luciano Bivar (PE), chefe da sigla, está “queimado para caramba”.

O eleitor se apresentou a Bolsonaro como pré-candidato no Recife pelo PSL. Logo em seguida, o presidente cochichou em seu ouvido: “Esquece o PSL”. Mesmo assim, ele gravou um vídeo com o presidente ao seu lado dizendo “Eu, Bolsonaro e Bivar juntos por um novo Recife”.

O presidente pediu que ele não divulgasse a gravação. “Ó, cara, não divulga isso, não. O cara Bivar está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido”. Após ser repreendido, o rapaz fez uma nova gravação: “Viva o Recife, eu e Bolsonaro”.

“Só posso dizer que fiquei perplexo. Eu não sei a motivação oficial do presidente. Só o presidente pode esclarecer a manifestação dele”, disse o líder do PSL no Senado. Olimpio afirma que conversou com Luciano Bivar, com o vice-presidente do partido, Julian Lemos (PB), e com o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, para “saber qual seria o sentido ou a intenção em relação a isso”.

Embora Bolsonaro esteja com um pé fora do PSL, o senador ressaltou que este é “o partido do presidente, o único partido que é 100% fiel ao presidente em todas as votações”.

Conforme adiantou o Radar, o presidente deve se reunir nos próximos dias com Bivar para selar sua decisão de sair ou não do partido.

O humor do presidente com o cacique pernambucano é péssimo. A contabilidade do partido segue nas mãos de Bivar e Antônio Rueda, que não divulga como gasta o dinheiro do partido e impede que aliados do presidente façam parte do comando da legenda.

Questionado se havia, de fato, a possibilidade de Bolsonaro deixar o partido, Major Olimpio disse que o PSL cresceu em função de sua candidatura à Presidência. “É o nosso líder maior. Até já brinquei dizendo que seria a mesma coisa que alguém morar sozinho e fugir de casa. O PSL é ele. Nós nos elegemos e temos uma bancada robusta por causa do presidente Jair Bolsonaro”, disse o senador. Para o líder do partido no Senado, “é mais fácil resolver a circunstância ou o desacordo do que ele sair”.

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