Questionamento é se ele vai seguir a ciência ou as ordens presidenciais
Thiago de Souza
A troca de comando do Ministério da Saúde não agradou deputados estaduais e federais por Mato Grosso do Sul. Embora tenham críticas ao antigo gestor, Eduardo Pazuello, os parlamentares acreditam que Marcelo Queiroga será demasiadamente obediente ao presidente Bolsonaro.
As reações ao novo ministro começaram nas redes sociais, ainda nesta segunda-feira (15), quando o cardiologista Queiroga foi anunciado pelo presidente da República.
Deputado federal pelo PSD, Fábio Trad, refletiu sobre a chegada do novo gestor, também com dúvidas sobre a postura do novo ministro.
“Se o Queiroga agir de forma ‘cloroquinizada’, submetendo-se aos caprichos insanos de Bolsonaro, será apenas o quarto dentre tantos mais que virão. Espero que seja um Ministro da Saúde e não um apêndice do negacionismo presidencial’’, estimou Trad.
O deputado federal, Dagoberto Nogueira, do PDT, faz coro às dúvidas lançadas pelos colegas de parlamento.
‘’Resta saber se o mesmo vai cumprir o papel de negacionista [se referindo a Pazuello] ou também será mais um descartado quando não concordar com as loucuras do presidente’’, provocou o pedetista.
Nogueira lamentou a passagem de Pazuello pela Saúde, dizendo que foi de extrema infelicidade nomear alguém sem competência técnica como ele.
‘’Quem sofre com isso? Lógico, somos nós, o povo brasileiro’’, concluiu.
Já o deputado estadual petista Cabo Almil disse que torce para que Queiroga faça uma boa gestão.
‘’[Mas] para mim, ele é simplesmente um pau mandado do Bolsonaro e não vai fazer nada além do que o Pazuello vinha fazendo, ou melhor, deixou de fazer’’, criticou Almi.
4º ministro
Queiroga é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia e foi indicado, segundo a grande imprensa, pelo senador Flávio Bolsonaro.
Antes dele, passaram Luiz Henrique Mandetta, do DEM; Nelson Teich e Eduardo Pazuello.
