Deputados cobram e Energisa explica que aumentos se devem a clima e impostos

Contas de energia chegaram a saltar mais de 200% em MS e consumidores não se contentaram com resposta

Amanda Amaral

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul recebeu a diretoria da Energisa para que fosse esclarecido o aumento nas contas de energia elétrica a boa parte dos consumidores em Mato Grosso do Sul neste início de 2019. A reunião contou com a presença de parlamentares, Procon estadual e, no público, moradores que se revoltaram com os valores.

O aumento da tarifa foi justificado pelo diretor da empresa concessionária Marcelo Vinhaes Monteiro como resultado de maior consumo em verão de muito calor e os valores do ICMS e Cofins. “A variação das alíquotas teve um impacto e a carga térmica também aumentou tanto que é como se tivessem surgido três novos municípios do tamanho de bonito de uma vez só, é um comportamento normal em períodos quentes”, afirmou. 

Ele explica  ainda que não houve novo reajuste desde abril de 2018 e destacou que o cliente tem o poder de solicitar à Energisa aferição da leitura do medidor, que tem custo de R$ 9 caso não haja nenhum problema identificado. A empresa atende 74 dos 79 municípios do Estado e foi alvo de reclamações em diversas regiões.

A discussão foi proposta pelo deputado Marçal Filho (PSDB), com mesa composta por Pedro Kemp (PT), Herculano Borges (Solidariedade) e o presidente da Casa de Leis, Pedro Chaves (PSDB).

Abaixo-assinado

Consumidores que foram surpreendidos com contas que por vezes chegavam a 200% mais do que costumavam pagar não ficaram satisfeitos com a explicação. Nesta manhã, o grupo ‘Energia cara, não’, liderado por Venício Leite, usou a tribuna da assembleia para falar sobre projeto que luta contra aumentos abusivos na tarifa de energia elétrica em MS.

Segundo Leite, a intenção é levar à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um abaixo assinado para que a situação seja averiguada.“De janeiro a dezembro de 2018, houve reajuste de 49% na tarifa de luz. O valor autorizado pela Aneel era pouco mais de 10%. Não há explicação para tudo isso  de aumento. Queremos também que os novos medidores de luz sejam aferidos, pois está havendo diferença na leitura, se compararmos aos relógios antigos”, disse.

Leite ainda ressaltou que haverá pedido de verificação da parte tributária cobrada nas contas de energia e que cerca de 70 municípios de MS já aderiram ao abaixo-assinado.

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