Cortes em setores prioritários de MS ocorrem por trapalhadas de Bolsonaro, dispara deputado

Para Dagoberto, presidente da República está sem rumo e dá importância apenas aos recados por redes sociais

Celso Bejarano, de Brasília

“Por culpa das trapalhadas do governo Bolsonaro”, afirmou o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT-MS), ao comentar a medida anunciada pelo governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), prevendo cortes em setores preferenciais como saúde, educação, segurança pública e infraestrutura. Arrocho em questão, segundo o governador, tem sido motivado, principalmente, pela queda na arrecadação.

Para o parlamentar, que assumiu nesta quarta a primeira vice-presidência da Comissão Mista de Orçamento, colegiado que analisa a arrecadação fiscal do país, até agora, quase cinco meses de gestão, Jair Bolsonaro (PSL) tem dado importância apenas aos recados que dá pelas redes sociais. Falta ao presidente mostrar propostas que respaldem avanços econômicos.

As eventuais trapalhadas do governo federal, além de refletir negativamente para o governo e municípios, disse Dagoberto, “é muito ruim para o país, pois o governo de Bolsonaro está sem rumo. E quem vai pagar a conta é o governador”.

Reinaldo Azambuja, que apontou exagerado gastos com a folha de pagamento dos servidores estaduais, afirmou que, em abril passado, o Estado teve queda na arrecadação no valor R$ 46 milhões se o valor for comparado com mesmo período do ano passado. Ainda segundo o governador, a mais relevante retração, uma soma de R$ 25,6 milhões, recaiu sobre a redução no bombeamento do gás natural boliviano.

Dagoberto disse que a gestão Bolsonaro praticamente parou o país e isso tem diminuído a produção industrial e também as exportações.

“Se [Bolsonaro] não consertar o Brasil, não conserta os estados. A única saída [para a crise enfrentada por MS] é rezar muito e torcer para que o presidente crie juízo e passe a governar e que ele saia das redes sociais”, afirmou Dagoberto Nogueira.

O parlamentar sul-mato-grossense criticou ainda o conhecido pacto federativo, sistema que determina a distribuição de tudo que o país arrecada com impostos. Hoje, 66% da captação de recursos ficam nos cofres da União. O resto é partilhado entre os estados e municípios. Governadores e prefeitos pressionam desde o início do ano que essa política econômica inverta na hora de dividir os recursos.

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