Bolsonaro se reuniu nesta tarde com um grupo de parlamentares que estão do lado “rebelde” do PSL e defendem o racha na sigla, e os dois advogados. Na pauta, a discussão de uma estratégia para conseguir a desfiliação do presidente e dos parlamentares sem que o partido possa reivindicar os mandatos dos deputados.
Em conversa com jornalistas ao final do encontro, Gonzaga defendeu que a lei da fidelidade partidária prevê a “justa causa” para a desfiliação –ofensas, falta de transparência, impedimento de atuação parlamentar estariam entre as razões que poderiam justificar o movimento que está sendo planejado pelos parlamentares alinhados com Bolsonaro.
“Sobretudo a justa causa você tem quando não tem transparência com os recursos do fundo partidário, que é um recurso público, que é entregue ao partido em face dos votos dedicados aos parlamentares pelos eleitores”, afirmou Gonzaga.
Questionado se o caso das candidaturas-laranjas de mulheres em Minas Gerais e Pernambuco nas últimas eleições, envolvendo o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e o presidente do partido, deputado Luciano Bivar, poderia servir para a justa causa, o advogado disse não querer falar de “laranjal ou qualquer outro suco”, mas que o problema é “responsabilidade com dinheiro público”.
A advogada de Bolsonaro dá mais pístas da estratégia que o presidente deve adotar para sair do PSL, dentro da alegada justa causa.
“São diversos desgastes. O presidente sempre levantou a bandeira da ética e da transparência e exigia isso sempre dos dirigentes do partido. Mas foi muito difícil entrar em um acordo quando o partido não está disposto a abrir uma votação democrática, seja para alteração de estatuto, seja para eleição dos dirigentes”, afirmou
Karina disse ainda que “ficou insustentável” a situação no PSL.
“Não dá para o presidente levar um encargo tão grande de um partido que acaba não permitindo que haja essa pluralidade. A gente tem diversos deputados insatisfeitos porque não tem informação nenhuma e acesso às contas e é isso que foi pleiteado”, disse.
Segundo a advogada, o partido “deixou de ser transparente” e o próprio presidente já admitiu que pode deixá-lo, mas as “estratégias” para isso acontecer não vão ser divulgadas agora. Ela afirmou que o partido “macula” a imagem do presidente e dos parlamentares.
Kufa confirmou que se afastou do partido mas nega que tenha sido demitida, como anunciou Bivar, em mais um sinal da crise no partido.