Bancada federal lamenta ‘fiasco’ na venda do pré-sal e impacto negativo para MS

Arrecadação foi de R$ 70 bilhões, dois terços do projetado, que era R$ 106,5 bilhões

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O resultado do megaleilão de áreas de petróleo também frustrou a bancada federal de Mato Grosso do Sul e os parlamentares acreditam que a situação pode prejudicar o Estado. Não houve concorrência e a arrecadação foi de R$ 70 bilhões, dois terços do que se esperava, R$ 106,5 bilhões.

Deputada federal Rose Modesto (Leonardo França, Midiamax)

“Essa redução vai prejudicar o Governo do Estado e as prefeituras porque parte do recurso seria usado para fazer investimentos em infraestrutura, aliviando o caixa para o pagamento do 13º salário dos servidores”, afirmou Rose Modesto (PSDB).

Aguarda-se para MS ao menos R$ 410 milhões. Agora, calcula a parlamentar, o valor pode cair para R$ 200 milhões, dos quais R$ 124 milhões para o Executivo estadual, e R$ 77 milhões para os municípios.

Não se sabe ainda, afirma o deputado Fábio Trad (PSD), o motivo pelo qual nenhuma empresa estrangeira manifestou interesse. “Possivelmente devido aos altos valores dos bônus de assinatura, que devem ser pagos no ato de assinatura dos contratos”.

Segundo o parlamentar, do total previsto, serão arrecadados R$ 70 bilhões, dos quais R$ 5,4 bilhões vão para os municípios e R$ 5,4 bilhões aos Estados. “Sendo que o montante originalmente previsto era de R$ 10,9 bilhões”.

Deputado federal Vander Loubet (PT). (Câmara dos Deputados)

Para Vander Loubet (PT), o leilão foi “um fiasco”, já que o governo arrecadou 76% do que pretendia. “Só não foi pior porque a Petrobras arrematou a maior parte dos blocos e outra parte foi arrematada pela China”, avaliou o petista.

“Não apareceu nenhuma empresa privada, nem dos Estados Unidos, país que o atual governo idolatra”. O fato de a concorrência não atrair investidores “torna a situação mais grave”, porque mostra, segundo Vander, que o governo não “inspira confiança, estabilidade”.

Simone Tebet (MDB), senadora e presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, também avaliou que a insegurança jurídica e política “continuam a prejudicar a nossa credibilidade diante do mercado, apesar do conhecimento e experiência da Petrobras”. “Esperávamos mais que o dobro para Mato Grosso do Sul”.

O senador Nelson Trad Filho (PSD) disse que é preciso aguardar os desdobramentos e a análise de técnicos da União. “O importante é poder corrigir eventual erro para atrair novos investimentos, a fim de que esse recursos possa ingressar na economia brasileira”.

A reportagem enviou o mesmo questionamento para senadora Soraya Thronicke (PSL), e os deputados Loester Trutis (PSL), Dagoberto Nogueira (PDT), Bia Cavassa (PSDB) e Beto Pereira (PSDB), mas as repostas não foram enviadas até o fechamento desta reportagem. Assim que encaminhados, os posicionamentos serão divulgados.

 

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