Após incêndios devastarem o Pantanal, Governo Federal reconhece situação de emergência em MS

A portaria reconhece a situação crítica nas cidades de Aquidauana, Corumbá, Ladário, Miranda e Porto Murtinho.

Em 2023, os incêndios florestais mais uma vez devastaram a região do Pantanal, levando cinco cidades de Mato Grosso do Sul a decretarem situação de emergência. Nesta quinta-feira (30), o Governo Federal reconheceu a emergência ambiental dos municípios por meio de uma portaria publicada no DOE (Diário Oficial da União).

A portaria, assinada pelo secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Aparecido Wolff Barreiros, ratifica o Decreto Estadual de 14 de novembro, que reconheceu a situação crítica nas cidades de Aquidauana, Corumbá, Ladário, Miranda e Porto Murtinho.

Os municípios encontram-se em situação de emergência por 90 dias após o fogo consumir áreas de proteção ambiental e áreas de preservação permanente. Em um mês os focos ativos saltaram de 495 em outubro para 1.814 em novembro, segundo o programa Queimadas.

Chuvas amenizaram o fogo

Na última semana, a forte chuva registrada na região do Pantanal aliviou a situação dos incêndios florestais que castigavam a fauna e flora, em especial na Serra do Amolar. No entanto, no Paiaguás, as precipitações não foram suficientes para conter as chamas e o combate seguiu intenso até a sexta-feira (24).

Com as chamas controladas, a maior preocupação dos brigadistas e ambientalistas, recai sobre o rescaldo dos incêndios, uma vez que uma abordagem inadequada pode desencadear novos focos em toda a região. Uma simples brasa em troncos de árvore, por exemplo, pode resultar em incêndio, por isso, a região segue sendo monitorada ativamente.

Em um ano, área queimada subiu 95% no Pantanal

Dados do boletim de monitoramento de incêndios florestais de Mato Grosso do Sul, elaborado pelo Cemtec, indicam que, no período de 1º de janeiro a 12 de novembro de 2023, houve uma redução de 8,7% na área queimada do bioma Cerrado em território sul-mato-grossense, enquanto o bioma Pantanal registrou um aumento de 95,8% em comparação ao ano de 2022.

Entre os municípios em situação de emergência, três contabilizaram os maiores focos de calor no Pantanal: Corumbá (67%), Aquidauana (13,4%) e Miranda (10%), conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Nas áreas protegidas, a Rede Amolar no Pantanal, teve 180 mil hectares queimados em 2023, as chamas consumiram 134 mil hectares de terras indígenas no Estado e 54 mil hectares de unidades de conservação. Ao todo, 691 mil hectares foram queimados em Mato Grosso do Sul, 216% a mais que no ano anterior.

 

 

Por: MidiaMax/Lethycia Anjos

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