Advogado é acusado de fraudar laudos para ganhar processos contra Dpvat

O advogado também é acusado de dar golpe de R$ 75 mil do Asilo São João Bosco, mas diz que a instituição é que lhe deve

Nathalia Pelzl

O advogado Ricardo Augusto Nascimento Pegolo dos Santos, acusado de dar golpe de R$ 75 mil do Asilo São João Bosco, também é acusado de fraudar laudos para ganhar processos contra o seguro Dpvat (Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres).

Conforme informações do processo do Ministério Público Estadual, entre o dia 01 janeiro 2012 e 27 de junho 2014, Ricardo obteve para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo da seguradora, induzindo-a e mantendo-a em erro, consistente em ter usado vários recibos/declarações falsos em ações de cobrança de seguro obrigatório DPVAT.

Segundo o processo, o advogado tentava tirar vantagem dos valores recebidos por seus clientes e também dos seus honorários advocatícios, de 30% do valor da indenização.

No entanto, o advogado não teve sucesso já que as ações de indenização impetradas não foram concluídas e ele não recebeu os valores pleiteados.

O advogado procurava pessoas que haviam sofrido acidentes de trânsito e passaram pelo atendimento ambulatorial ou internação no hospital Santa Casa de Campo Grande e oferecia a prestação de serviços advocatícios consistentes no ajuizamento de ações de cobrança do seguro DPVAT.

Com a documentação em mãos, o denunciado instruía e ajuizava os pedidos das ações de cobrança com recibos/declarações de que os acidentados haviam realizado tratamento fisioterápico com uma fisioterapeuta.

Tais declarações eram utilizadas por Ricardo como documento hábil ao pedido de seguro DPVAT no âmbito das ações judiciais de indenização, o que aumentava de forma substancial o valor das indenizações pleiteadas.

No entanto, nenhum cliente chegou a fazer a fisioterapia.

Ao ser questionado, Ricardo negou a prática dos fatos e afirmou que jamais confeccionou qualquer recibo utilizando-se da assinatura e registro da fisioterapeuta citada no processo, sendo que os recibos eram entregues pelos próprios clientes.

Das 13 ações de cobrança de seguro obrigatório DPVAT ajuizadas por Ricardo em desfavor da Seguradora Líder, nenhum dos processos foram concluídos.

Procurado pela reportagem por meio de ligação, ele não retornou aos contatos. O espaço está aberto para posicionamento.

Calote em Asilo

O advogado também é acusado de dar golpe de R$ 75 mil do Asilo São João Bosco, mas diz que a instituição é que lhe deve. 

À época, Ricardo confirmou a informação que recebia cinco salários mínimos por mês como assessor jurídico do Asilo.

Pegolo diz que foi contratado em fevereiro de 2019 e teve o contrato rescindido pela Instituição antes do término.

Com isso, diz o advogado, ele teria a receber os salários de dezembro de 2019; janeiro, fevereiro e março de 2020, além da cláusula de rescisão e multa contratual.

Ainda segundo Ricardo Augusto, pelos honorários de dezembro a março, mais a cláusula de rescisão, o Asilo lhe deveria cerca de R$ 30 mil.

Além disso, há a multa contratual, segundo ele de R$ 120 mil. No raciocínio do advogado, como ele já pegou R$ 75 mil, o Asilo teria de lhe pagar entre R$ 85 mil e R$ 90 mil.

Questionado sobre a acusação do asilo, que, por força de contrato, ele não poderia reter nenhum valor do asilo, Ricardo disse que iria olhar o contrato para conferir isso.

Print Friendly, PDF & Email