PEGOU MAL: ‘brasileiros não passam fome porque cidades têm mangas’, dispara Tereza Cristina

Ministra do MAPA fez declaração durante depoimento na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados

Rodson Willyams

A ministra do MAPA (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Tereza Cristina, gerou polêmica com declaração infeliz durante depoimento à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. Aos deputados, ela disse que os brasileiros não passam fome porque têm ‘mangas nas cidades’.

Segundo informações do site UOL, a ministra teria feito a declaração após ser questionada pela comissão sobre o combate à fome no país. “Agricultura para países que tiveram guerra, que passaram fome, é questão de segurança nacional. Nós nunca tivemos guerra, nós não passamos muita fome porque temos manga nas nossas cidades, nós temos um clima tropical. Nós temos miséria, e precisamos tirar o povo da miséria”.

Tereza Cristina ainda falou quanto a questão da preservação ambiental, onde fez uma analogia com o uso de um apartamento. “Os produtores têm uma importância muito grande na preservação, é ele que tem a obrigação de preservar. [A porcentagem que deve ser preservada] é muito grande, é como você ter um apartamento de três quartos e só poder usar metade de um, e ainda paga por isso”.

Conforme a publicação paulista, a ministra foi questionada sobre outros temas como o pagamentos por serviços ambientais (PSA), instrumento que tem como objetivo fomentar a preservação ambiental e a biodiversidade e amenizar os efeitos do aquecimento global e o Bolsa Verde, promulgado em 2011.

Pobreza cresce no país

Conforme dados do IBGE, a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) apontou que de 2016 para 2017, aumento o índice de pobreza no país. A linha de pobreza proposta pelo Banco Mundial (rendimento de até US$ 5,5 por dia, ou R$ 406 por mês), a proporção de pessoas pobres no Brasil era de 25,7% da população em 2016 e subiu para 26,5%, em 2017.

Em números absolutos, esse contingente variou de 52,8 milhões para 54,8 milhões de pessoas, no período. Nessa mesma análise, a proporção de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos que viviam rendimentos de até US$ 5,5 por dia passou de 42,9% para 43,4%, no mesmo período.

Já o contingente de pessoas com renda inferior a US$ 1,90 por dia (R$ 140 por mês), que estariam na extrema pobreza de acordo com a linha proposta pelo Banco Mundial, representava 6,6% da população do país em 2016, contra 7,4% em 2017. Em números absolutos, esse contingente aumentou de 13,5 milhões em 2016 para 15,2 milhões de pessoas em 2017.

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