Paulo Guedes cria secretaria da Previdência e cargo será de Rogério Marinho do PSDB

Fernando Rodrigues

O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu mudar a estrutura interna de sua pasta. Em vez de 6 agora serão 7 as Secretarias Especiais.

O novo cargo será chamado Secretaria Especial de Previdência e Emprego (ou Trabalho; o nome definitivo ainda está sendo definido). O titular escolhido por Paulo Guedes é o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN). Será o 1º tucano no alto escalão econômico do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Mansueto Almeida é próximo do PSDB, mas ocupará a Secretaria do Tesouro que é hierarquicamente inferior à Secretaria da Previdência e Emprego.

O tucano Marinho, que não conseguiu se reeleger deputado, foi o relator da reforma trabalhista, que flexibilizou em 2017 várias normas da CLT (Consolidação da Leis do Trabalho). Foi execrado por centrais sindicais, mas muito elogiado por empresários.

O Poder360 apurou que a decisão de Guedes foi para sinalizar com clareza ao mercado que a administração de Bolsonaro dará a devida atenção à reforma da Previdência.

Nos últimos dias o presidente eleito e outros integrantes de sua equipe deram declarações desencontradas sobre como seria a mudança no sistema de aposentadorias. Ficou uma dúvida entre agentes econômicos e financeiros sobre a real intenção do próximo governo.

Agora, com Marinho à frente do processo, Paulo Guedes reforça ainda mais o teor liberal do governo a respeito de fazer uma reforma da Previdência para valer. O tucano Marinho demonstrou ao mercado forte convicção a respeito da flexibilização da economia quando comandou a reforma trabalhista.

SAIBA COMO FICA A ECONOMIA

Com a escolha de Rogério Marinho, a pasta da Economia terá 7 secretarias especiais. O Poder360 apurou também quem serão os 7 titulares:

  1. Fazenda

    Titular: Waldery Rodrigues JúniorAdjunto: Esteves Colnago

  2. Gestão e Planejamento

    Titular: Paulo UebelAdjunto: Gleisson Cardoso Rubin

  3.  Competitividade e Produtividade (ex-Indústria e Comércio)

    Titular: Carlos da Costa

    Adjunto: (indefinido)

  4. Comércio Exterior e Assuntos Internacionais

    Titular: Marcos TroyjoAdjunto: (indefinido)

  5. Desestatização e Desimobilização

    Titular: Salim MattarAdjunto: (indefinido)

  6. Previdência e Emprego

    Titular: Rogério MarinhoAdjunto: (indefinido)

  7. Receita Federal

    Titular: Marcos CintraAdjunto: (indefinido)

Importante ressaltar sobre a secretaria nº 5 acima: Paulo Guedes tem dito que o nome correto é Desestatização e Desimobilização. “É que vamos ‘desmobilizar’ ativos, vender imóveis e participações que o governo tem em empresas“, explica. Em algumas publicações da mídia, o nome dessa secretaria apareceu erradamente, nos últimos dias, como “desmobilização”.

COMO É O PAPEL DOS ADJUNTOS

Paulo Guedes está nomeando pessoas novas para suas 7 secretarias especiais, mas diz a interlocutores estar tendo o cuidado de trazer os que chama de “diretores adjuntos”. São profissionais já com experiência anterior na máquina pública para ajudar os novatos titulares.

Esse é o caso, por exemplo, de Waldery Rodrigues Júnior, que será secretário Especial da Fazenda. Engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Waldery fez doutorado em economia pela Universidade de Brasília (UnB), mas nunca comandou algum órgão do alto escalão federal.

Para que a Secretaria Especial da Fazenda não comece em 2019 sem pessoas com memória do passado recente da administração pública, Paulo Guedes convidou o atual ministro do Planejamento, Esteves Colnago, para ser adjunto de Waldery.

Essa estratégia se repetirá na formação de todas as 7 secretarias especiais de Paulo Guedes, cujos comandos definitivos devem ser anunciados até semana que vem. Guedes se recupera de uma forte infecção viral na garganta que o deixou acamado nos últimos dias, no Rio, onde vive.

CINTRA FICOU COM O FISCO

O economista Marcos Cintra, da FGV de São Paulo, continua indicado para comandar a Secretaria Especial da Receita Federal, dentro do Ministério da Economia. Mas será aliviado de cuidar dos assuntos de Previdência e atribuições do antigo Ministério do Trabalho.

Cintra, que está no exterior, foi informado por Paulo Guedes sobre a alteração. Ficou 1 pouco chateado ao saber. Já estava se preparando para comandar uma super secretaria. Foi convencido de que ficaria sobrecarregado com muita concentração de funções. Acabou concordando com a desidratação de seu cargo.

O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também foi consultado por Paulo Guedes a respeito da ida do deputado federal Rogério Marinho para a Previdência. Onyx disse concordar com a indicação.

Nesta 6ª feira (7.dez.2018), Guedes deve finalizar a estrutura de sua pasta e tratar do tema diretamente com Jair Bolsonaro.

O anúncio formal das 7 secretarias pode ser feito ainda nesta 6ª feira.

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