Novo protesto contra Bolsonaro reúne dezenas de pessoas na região sul de Campo Grande

Manifestação levou também professores às ruas, que demonstraram preocupação com a volta às aulas

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A quinta carreata contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, reuniu pelo menos 50 pessoas na manhã deste domingo (21) em Campo Grande. A concentração começou na região do .

Os manifestantes percorreram as avenidas Guaicurus e Gury Marques e encerraram nas . Eles carregavam faixas, bandeiras e cartazes, reivindicando o impeachment e o reforço na vacinação contra a Covid-19.

O casal João Fernandes, de 64 anos, e Francisca Peixoto, de 56 anos, destacaram que a alta dos preços em geral, principalmente combustíveis, e a desigualdade social cada vez maior.

“As contas estão só aumentando. A gasolina está pesando no fim do mês e daqui a alguns dias, não vai dar nem para socorrer um filho”, diz a dona de casa.

Ansiosa para ser vacinada, ela demonstra preocupação quanto à volta às aulas, já que a filha de 17 anos tem asma e está no  da Covid-19.

Já o representante comercial conta que migrou da Região  para São Paulo e depois para Campo Grande. Hoje na classe média alta, diz que é injusto permitir que parte da população brasileira passe o mesmo que ele sofreu.

“Não estou entre os miseráveis, mas é injusto que eles passem pelo mesmo que eu”, ressaltou.

Representante comercial, ele diz que já tentou demonstrar a clientes os problemas sociais, mas já desistiu. “Ninguém entende que outros não precisam passar necessidade enquanto você estiver bem”, afirmou Fernandes.

Retorno às escolas preocupa

Professoras das redes estadual e municipal, Josefa Silva, de 40 anos, levou os filhos, de 11 e 5. “É bom que eles saibam desde cedo o que os pais fazem, para perceber que não estamos no País das Maravilhas”, disse.

Ela afirmou estar tranquila com as aulas na Reme (Rede Municipal de Ensino), que continuam no sistema remoto por tempo indeterminado. A preocupação é com a adoção do regime híbrido na REE ().

“Na escola estadual que trabalho, os professores voltaram e só tinha álcool em gel. O plano prevê limpeza das salas a cada duas horas. Com quatro funcionários, como vão dar conta de 13 salas?”, questiona.

Fátima da Silva, de 54 anos, leciona também na REE e diz que é inviável voltar sem o magistério ser imunizado. “Tem professores que se endividaram comprando celular e notebook para as aulas remotas”, conta.

Para ela, o sistema virtual de ensino é emergencial e também não é seguro voltar sem vacina. “Tem gente que critica aglomeração em shopping, mas não sabe que é difícil manter os alunos sentados por quatro horas”, afirma.

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