Mulher realiza sonho de vender farofa do Acre em MS e vira febre entre restaurantes

Pamela já tinha perdido as esperanças quando conseguiu comprar a primeira saca

Como milhões de brasileiros, Pamela Camargo de Almeida deixou o Estado onde morava para tentar a vida novamente em sua cidade natal. Desempregada, ela e o marido saíram do , há 5 anos, e escolheram voltar para Campo Grande para firmar raízes. Depois de fechar uma loja de roupas, abandonar vendas de doces e não conseguir levantar renda, a autônoma quase chegou no fundo do poço. Foi quando puxou na memória afetiva o gosto da farofa de sua mãe e decidiu oferecer para os amigos. Em poucos meses, o produto caiu no gosto dos sul-mato-grossenses e virou febre entre os estabelecimentos comerciais da Capital.

A empreendedora conta que, logo que chegou na Cidade Morena, sonhava em jantar em uma rede de churrascarias regional, mas logo desistia por não ter dinheiro. Com muito custo e ajuda dos sogros, Pamela montou uma loja de roupas no Shopping , que em pouco tempo fechou as portas por falta de clientes. Sem desistir, ela resolveu vender bombons, mas o negócio também minguou com a chegada da pandemia.

“Tive que vender coisas que tinha em casa como roupas pessoais e utensílios domésticos, foi nessa mesma época que eu engravidei e me vi desesperada e sem esperança. Pegava qualquer coisa para tentar gerar renda, maquiagens, cosméticos…”

Como rotineiro em MS, o casal frequentava churrascos entre amigos, até que a qualidade da farinha oferecida começou a chamar a atenção de Pamela.

Mulher realiza sonho de vender farofa do Acre em MS e vira febre entre restaurantes

“Eu vi que não era a mesma qualidade do que a que a gente come no  e falei para um amigo que seria bom trazer a de lá para Campo Grande. A questão de logística e financeira foram os empecilhos que tive, mas juntei dinheiro e comprei a primeira saca.”

O produto em questão é a farinha que, em 2009, foi apontada como a melhor farinha de mandioca do Brasil. O reconhecimento foi manifestado, na época, por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa  (Embrapa) no estado e de Cruz das Almas (BA).

Sem ter maquinário, Pamela pediu emprestado um fogareiro e com um “pé de máquina” fabricava 5 sabores de farofas. Vendendo pra um e pra outro, um dia ela teve a ideia de oferecer nos restaurantes.

“Peguei mil reais emprestados, juntei com tudo que eu tinha guardado da renda das farofas e comprei diversas sacas. Na terceira semana comecei a chorar pois ia ter que pagar a primeira parcela do empréstimo e eu estava sem dinheiro.”

O marido da cozinheira decidiu ir atrás dos estabelecimentos que tinha oferecido o produto e começou a ter um retorno positivo. O negócio foi crescendo e, atualmente, a empreendedora fabrica suas farofas em um fogão semi-industrial e possui o próprio expositor.

A farofa, ela garante ser incomparável e casar muito bem com o tradicional churrasco sul-mato-grossense. Pamela prepara nos sabores Alho, Calabresa, Doce mel, Bacon, Pimenta, Tradicional e Banana da Terra. A grande procura fez com que o casal também criasse um perfil nas redes sociais para comportar os pedidos. O segredo do sucesso, segundo a empreendedora, é nunca desistir.

“Quando nada deu certo, minha loja, meus doces eu fiquei muito triste, era muita frustração. Com perseverança conseguimos conquistar nossos clientes e fazer o negócio começar a dar certo.”

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