Movimentos Populares se reúnem para debater problemas ambientais no Parque dos Poderes

Representantes de diversos grupos que integram o Movimento pela Preservação da Natureza (MPN) estiveram reunidos, nesta terça-feira (7), no gabinete do deputado estadual Felipe Orro, para traçar as linhas de discussões que darão norte à audiência pública sobre os “Impactos Ambientais no Complexo do Parque dos Poderes”. Felipe convocou audiência para a próxima terça-feira (14), às 19 horas, no plenário Deputado Júlio Maia, da Assembleia Legislativa. A problemática do assoreamento no lago do Parque das Nações Indígenas se tornou “a ponta do iceberg”, disse Felipe, ao se referir sobre a amplitude e complexidade do debate.

Ao todo são três movimentos populares encabeçando o MPN: Moradores da Chácara dos Poderes, Amigos do Lago do Parque das Nações Indígenas e SOS Parque dos Poderes. Os ativistas pedem por soluções para os problemas ambientais que assolam a população de Campo Grande. Um dos problemas, o mais expressivo e que chamou a atenção da imprensa no Estado, é o assoreamento do Lago no Parque das Nações.

Desmatamento

Entretanto, existem outros agravantes ligados à degradação ambiental como o desmatamento e a urbanização em meio ao complexo. Um pedido de desmatamento no Parque dos Poderes feito no final do ano passado alertou os ambientalistas. A solicitação polêmica inclui uma área com 3,3 hectares destinada para construção da nova sede da Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda).

Chácara dos Poderes

A moradora do Bairro Chácara dos Poderes, Rosane Bonamigo, apresentou em registros fotográficos, “o antes e o depois” de sua propriedade destacando o córrego que passa por ela. A moradora revela que há cinco anos, a realidade do Córrego Pedregulho era bem diferente. Antes esbanjava correntes de águas cristalinas em meio a uma vegetação intocada. Hoje, o córrego se resume a um fio d’água que resiste por cima de um grande banco de areia, “o Córrego Pedregulho irá morrer se não fizermos nada”, alerta Rosane.

Noroeste

Outro problema segundo a moradora são as enxurradas recorrentes, vindas do Bairro Noroeste, vizinho ao parque, e que faz parte do problema ambiental. O tráfego de carros fica impossibilitado nos dias de chuvarada, deixando os moradores ilhados dentro de suas propriedades. Ainda de acordo com Rosane Bonamigo, as obras de recuperação das estradas na Chácara dos Poderes são paliativas, “Eles passam os maquinários para corrigir, mas o que eles estão fazendo é estragar mais as estradas que já estão bastante rebaixadas”.

Atoleiro

Um vídeo gravado na Chácara dos Poderes por um morador revela a dificuldade do transporte escolar em transitar na localidade. Um ônibus que atende estudantes da região e um carro de passeio, ambos atolados em um monte de areia que deveria ser a estrada EW2. O detalhe é que na hora do atoleiro, não estava chovendo. “Quando chove não passa ninguém. Quando não chove, também não passa”, satiriza o morador na gravação.

 Via Park

Reflexos destes problemas no Parque dos Poderes ficam mais evidentes em dias chuvosos quando alagamentos na Via Park – próxima ao Shopping Campo grande – tomam conta do asfalto, interrompendo o trânsito, engolindo carros, casas, e quem estiver na rota das águas. A rotina dos moradores na Capital muda, deixando em alerta toda população quando a previsão do tempo indica pancadas de chuva.

A audiência tratará do aprofundamento de todas estas questões inerentes aos problemas estruturais e ambientais referentes ao complexo do parque que compreende em uma área de 135 hectares. A proposição do debate será a criação de políticas e gestão pública que cuidem especificamente do complexo, o que abrange a legislação vigente, fiscalização dos recursos naturais, preservação ambiental e gerenciamento eficiente das crises ambientais no Parque dos Poderes, Parque Estadual do Prosa e Parque das Nações Indígenas.

Conforme o advogado e ativista do movimento popular, Lairson Palermo, a audiência pública nutrirá o papel de elaborar proposições construtivas que reforcem a preservação do complexo, “precisamos criar um conselho para o manejo do complexo do Parque dos Poderes”, afirma.

 Lago

Em março deste ano, Felipe Orro apresentou requerimento ao Governo do Estado pedindo ações para desassorear o lago do Parque das Nações Indígenas. A Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) anunciou através do secretário Jaime Verruck, um plano para recuperar o lago até o fim de agosto.

 Abraço no Lago

Em ato simbólico no Parque das Nações Indígenas, Felipe “abraçou” o lago que agoniza em um processo de assoreamento ao qual exerce diariamente risco à natureza local e destacou tristeza ao testemunhar o banco de areia que surge tomando proporções devastadoras, podendo fazer com que a lagoa desapareça, e junto com ela, peixes, tartarugas e demais animais silvestres que vivem e dependem da água para sua subsistência.

“Nos últimos anos, percebemos que o Complexo do Parque dos Poderes vem agonizando. Precisamos urgentemente discutir mecanismos que garantam a preservação deste espaço natural que se encontra dentro de Campo Grande. Toda intervenção do homem nesta região gera impactos, seja na Reserva do Parque dos Poderes, no lago do Parque das Nações Indígenas, entre outros. A audiência pública discutirá formas de se garantir a preservação do espaço e o que nós queremos é frear os desmatamentos e a expansão da urbanização neste local”, finaliza Felipe Orro.

Assessoria de Imprensa Gabinete Felipe Orro

Print Friendly, PDF & Email