Deputados afirmam seguir Bolsonaro mesmo sem candidatura em 2020

Coronel David e Capitão Contar seriam possíveis nomes para concorrer à Prefeitura de Campo Grande

YARIMA MECCHI, COM AGÊNCIAS

Os dois deputados estaduais do PSL em Mato Grosso do Sul, Coronel David e Capitão Contar, afirmaram que, mesmo com a possibilidade de não conseguirem concorrer à Prefeitura Municipal de Campo Grande em 2020, vão seguir com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a agremiação que ele quer fundar. Bolsonaro precisa preencher todos os requisitos exigidos pela Justiça Eleitoral e fundar o partido e seus diretórios estaduais e municipais até março do ano que vem, para que políticos consigam disputar as eleições municipais pela agremiação.

O presidente precisa de 500 mil assinaturas e 101 fundadores que representem um terço dos estados brasileiros. Devem ser publicados no Diário Oficial da União o inteiro teor do programa e do estatuto, aprovados na reunião de fundadores do partido político, antes da apresentação para a anotação perante a Justiça Eleitoral. As alterações programáticas e estatutárias devem ser publicadas no Diário Oficial da União e, em seguida, registradas no cartório civil, além de outros requisitos da Resolução nº 23.571, de 29 de maio de 2018, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ontem, Bolsonaro realizou a convenção de lançamento do Aliança pelo Brasil (APB), sob forte discurso de respeito a Deus, às religiões e de oposição a movimentos de esquerda. Representando Mato Grosso do Sul no evento estavam os deputados David e Contar, além do deputado federal Luiz Ovando.

Capitão Contar é apontado pela presidente do PSL-MS, senadora Soraya Thronicke, como o nome do partido para disputar a Prefeitura de Campo Grande em 2020. Porém, ele afirma que vai seguir com Bolsonaro.

De acordo com o G1 Política, o presidente afirmou ontem que, se não for possível a coleta eletrônica de assinaturas para o partido que pretende criar, a legenda ficará fora das eleições municipais de 2020. Bolsonaro se desfiliou do PSL na terça-feira.

Questionado pelo Correio do Estado se vai seguir com Bolsonaro caso o partido não seja criado a tempo de poder disputar a eleição, Contar declarou que sim. “Vai depender da Justiça Eleitoral. Sigo o presidente”.

Outro que também abre mão de concorrer na eleição de 2020 para cuidar do novo partido é o Coronel David. O parlamentar disputou o pleito de 2016, para alavancar o nome de Bolsonaro em Mato Grosso do Sul e melhorar as bases para 2018, e, nos bastidores da política, seu nome também é cotado para a administração da Capital.

Questionado sobre a possibilidade de ficar sem concorrer em 2020, David disse que, no momento, sua prioridade é ajudar o presidente a montar a nova agremiação.

Sobre o tempo curto para conseguir cumprir todos os requisitos da resolução do TSE, o deputado enalteceu a popularidade de Bolsonaro. “Eu acho que a força de Bolsonaro vai, mais uma vez, surpreender a todos. No evento, ele foi bastante prestigiado: lideranças que eram do PSL estavam presentes. O local estava lotado. Quando terminou, ele foi para uma parte externa agradecer quem não conseguiu entrar”.

Sobre a possibilidade do partido começar pequeno e ficar sem base de apoio por conta da falta de prefeitos e vereadores, David ressaltou que, em 2016 e em 2018, teve de ajudar muitas lideranças sem mandato e não vê isso como um obstáculo para a possível reeleição do presidente em 2022.

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