Administrativos desafiam ordem judicial e continuam com greve em MS

Uma pauta foi enviada solicitando a permanência do abono de R$ 200, chamada para concurso e outros temas

Dany Nascimento

Com plenário lotado, o Sintede (Sindicato dos Servidores Administrativos da Educação Pública Estadual de Campo Grande) realizou assembleia geral com os administrativos da educação, que confirmam greve em todas as escolas estaduais de Mato Grosso do Sul. Porém, todas seguem abertas e funcionando normalmente.

De acordo com o presidente do Sindicato, Wilds Ovando, uma pauta com quatro solicitações foi encaminhada para o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

“Os servidores hoje recebem menos que um salário mínimo, o salário gira entorno de R$ 854,00 e o governo cogita ainda, cortar o abono de R$ 200. Uma pauta foi enviada pedindo a manutenção do abono, pedindo a chamada para concurso público, a manutenção de seis horas de trabalho, já que há mais de 20 anos trabalhamos assim, atendendo a população e queremos ainda, uma política de recuperação salário para os próximos três anos”, diz Wilds.

Eles resolveram mater a greve mesmo com decisão judicial impedindo a manifestação, inclusive sob risco de multa.

Os trabalhadores deram início a assembleia respondendo ao presidente que a greve será mantida. De acordo com Wilds, 74 Sindicatos realizam assembleia em outras regiões de Mato Grosso do Sul. “Todos estão conversando para chegar a um denominador, amanhã teremos outra assembleia, mas será estadual para definir como será mantida a paralisação”.

Conforme o presidente, enquanto a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) não for notificada sobre a liminar concedida ao governo do Estado, que deve manter 2/3 de trabalhadores nas escolas, a greve continua sem limites.

“Tem escola com 100% dos administrativos parados. Não recebemos a notificação, por enquanto sabemos da existência da liminar apenas pela imprensa e dessa forma, vamos manter a greve sem limitar a quantidade de trabalhadores. Queremos uma solução, o governo quer aumentar a carga horária de trabalho para oito horas, sem aumento salarial, aumenta o trabalho, mas não aumenta o salário”, diz Wilds.

Durante a assembleia, os servidores pontuaram quantos administrativos aderiram à greve de cada escola.  Uma reunião será realizada na próxima quinta-feira (23), com o governo do Estado para discutir o que pode ser feito diante das reivindicações encaminhadas.

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