Frente fria pode trazer temporal com granizo, raios, ventos e enchentes

Fenômeno já começou a mudar tempo de Mato Grosso do Sul

FÁBIO ORUÊ

Massa de frente fria que vem do litoral do Paraná e Santa Catarina, que está influenciando na umidade de Mato Grosso do Sul, pode causar mais do que uma simples chuva, principalmente no extremo-sul do Estado, que abrange cidades como Naviraí, Dourados, Mundo Novo, Eldorado, entre outras, nos próximos dias.

As chuvas podem vir em forma de temporal, com raios, ventos e granizo, até com chances de enchentes, de acordo com o meteorologista Natálio Abrahão. “Esse fenômeno está ‘empurrando’ a umidade para o Estado. A gente está vendo que pode ter enchente em algum ou outro bairro [de Campo Grande], mas com certeza a gente vai ver nas cidades do sul”, disse.

Enquanto a chuva mais abrangente não chega, as pancadas serão comuns, principalmente no Centro-Sul, como aconteceu na semana passada e hoje em Campo Grande e devem afastar os problemas de estiagem e da baixa umidade do ar. No começo da tarde, alguns bairros da Capital foram surpreendidos com uma rápida chuva no Bairro Moreninhas, Coophavila, Aero Rancho e na região leste, segundo relatos. Abrahão explicou que esse padrão deve ser repetido nos próximos dias, com pancadas de chuvas na parte da tarde, pelo menos até quinta-feira (26).

Na última sexta-feira (20), após 18 dias de estiagem, choveu aproximadamente entre 0,3 a 5 milímetros dependendo da região, a precipitação também foi rápida, durando entre 1 e 3 minutos. Por conta de uma massa de ar seca que impediu que ocorresse chuva anteriormente. “Ela estava rígida, muito forte, por isso desviava tudo para o litoral. Agora, está perdendo estabilidade. A previsão é de que a chuva forte ocorra só entre os dias 29 de setembro e 4 de outubro”, disse o meteorologista na ocasião.

A garoa foi fraca, porém, ocorreu em vários pontos da cidade, como na região do Jardim Panamá, Chácara Cachoeira, Santa Fé, Centro, Amambaí, Tiradentes, Guaicurus, entre outros.

Ainda conforme Abrahão, o esperado para o mês de setembro é de 75 milímetros, mas até o momento o acumulado não chegou a 5 mm. “Deve acontecer alguma coisa de agora até o final do mês que vai compensar esse número”, disse o meteorologista.

Apesar do nome do fenômeno ser “frente fria”, o calor deve persistir no Estado, por conta do início do equinócio de primavera, onde os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de raios solares. No caso do hemisfério sul, os raios aumentam já ele estava no período de solstício de inverno, quando as noites são mais longas na metade abaixo da linha do Equador devido a pouco incidência do sol. “Não deve esfriar não; inclusive vai ficar mais quente. Outubro então deve ser de bastante calor”, alertou Abrahão.

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