Enfermeiros da Santa Casa entram em greve por conta de atraso no 13º salário

Hospital deveria ter pago valor integral até o dia 20 de dezembro

FÁBIO ORUÊ E TAINÁ JARA

Profissionais da área de enfermagem da Santa Casa de Campo Grande entraram em greve, nesta quinta-feira (31), por conta do atraso no 13º salário dos servidores, que foi pago apenas parcialmente em dezembro. Os mais de 1,4 mil profissionais reivindicam o pagamento integral, e não parcelado, como foi o decidido pelo hospital.

Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Siems), Lázaro Santana, o restante dos 60% recebidos no mês passado será pago em três vezes, sendo uma parcela já paga na semana passada, a próxima prevista para o começo de fevereiro e a última para o início de março.

“A Santa Casa tinha até o dia 20 de dezembro para pagar tudo. Depois propôs 40% em três vezes sem consultar o trabalhador e nós não concordamos. Então isso vai em desencontro com o que a legislação determina, que é pagamento integral”, disse o representante.

O valor total a ser pago pela unidade para os profissionais é de R$ 2,3 milhões, do repasse dado pelo Governo Federal, Estadual e Municipal. Ainda de acordo com o presidente do sindicato, o hospital normalmente atua com um déficit de 100 enfermeiros e, com a greve, funcionará com escala reduzida.

“Alguns pontos, como centros cirúrgicos, CTI [Centro de Terapia Intensiva] e o pronto-socorro vão manter 50% de profissionais e nos demais setores apenas 30% vão atender, que são as enfermarias”, contou.

Há 4 anos atuando do como técnica de enfermagem na Santa Casa, Maria Neuza Santana, de 38 anos, é uma das afetadas pela falta do pagamento completo. “A gente faz um planejamento nos meses de dezembro e janeiro pensando que vai receber o 13º completo e não parcelado. A gente entende que existe uma dificuldade, mas é um direito nosso” , disse ela.

Indicativo de greve foi votado e aprovado pelos profissionais durante assembleia que ocorreu na manhã de segunda-feira (28) e o resultado foi encaminhado para o hospital, que decidiu manter o parcelamento do salário. Desta forma, os profissionais decidiram pela greve por tempo indeterminado.

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