Com salários em atraso, médicos podem paralisar atividades na Santa Casa

Profissionais autônomos, celetistas e PJ estão sem receber pelos serviços prestados

GLAUCEA VACCARI

Cerca de 650 médicos estão com salários atrasados na Santa Casa de Campo Grande. Os profissionais são da área jurídica, autônomos e celetistas, que ameaçam paralisar as atividades caso não sejam depositados os valores devidos. A Santa Casa confirma o atraso e alega que é por conta da falta de repasse da Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado.

Presidente da Associação dos Médicos da Santa Casa (Amesc-CG), Alex Cunha Alonso, disse ao Correio do Estado que o atraso para os PJ é de cinco meses, para os autônomos de três e os celetistas não recebem há um mês. Já a assessoria de imprensa do hospital afirma que apenas o pagamento referente a esse mês, que deveria ter sido deposito até o quinto dia útil, ainda não foi feito.

Tais médicos ganham por produção, ou seja, mediante a quantidade de procedimentos que realizam. São cirurgiões cardíacos, ortopédicos, ultrassonografistas e outras especialidades. Os salários dos que trabalham em regime CLT estão em dia.

“Todo fim de ano é esse lenga-lenga. A Santa Casa diz que não recebeu repasse da Prefeitura, a prefeitura afirma que fez o repasse. Foi a mesma coisa ano passado. É complicado o profissional trabalhar e não saber quando vai receber, há boatos até de que o pagamento vai ser parcelado”, disse.

Nesta quarta-feira (12) será realizada uma assembleia, no Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed), com representantes da Amesc, onde será definido se os profissionais irão paralisar aas atividades.

Apesar da Santa Casa alegar que há atrasos por parte da Prefeitura, Secretário municipal de Finanças e Planejamento, Pedro Pedrossian Neto, disse ao Correio do Estado que os valores que cabem a prefeitura repassar ao hospital estão em dia.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Governo do Estado, para saber sobre os motivos dos atrasos no repasse e se há prazo para que eles sejam feitos, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

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