Coligação levanta ruins de voto e deixa campeões a ver navios; veja ‘injustiças’

Cálculo pela legenda partidária prejudicou os candidatos e deixou nomes conhecidos de fora

Amanda Amaral

Seis deputados, entre eles um federal e cinco estaduais, não conseguiram ser eleitos apesar de figurarem entre os mais votados em Mato Grosso do Sul. A conta pode ser complicada e deixa muita gente com sentimento de ‘injustiça’, mas faz parte da corrida eleitoral.

Entre os concorrentes para deputado federal, ficou de fora Geraldo Resende (PSDB), que foi o 5º mais votado, com 61.675 mil votos. Para o cargo, foram oito vagas, mas até o 10º melhor colocado, Dagoberto (PDT) conseguiu entrar pelo cálculo da legenda, mesmo com 21.422 mil votos a menos. O 9º colocado, Alcides Bernal (PP), também não conseguiu eleição.

Não conseguiram ocupar uma das 24 cadeiras na Assembleia Legislativa os candidatos Mara Caseiro (PSDB), 13º lugar, com 23.813 mil votos; Dione Hashioka (PSDB), 16º lugar, com 21.754 mil votos; Enelvo Felini (PSDB), 20º, com 20.721 mil votos; André Salineiro (PSDB), em 22º lugar, teve 18.953 mil votos; Paulo Duarte (MDB), 24º lugar, 17.343 mil votos.

Último a conseguir eleição, João Henrique (PR) teve 11.010  mil votos e ficou em 33ª posição na contagem geral das urnas.

Entenda

Nas casas legislativas, Câmara Federal, Assembleia Legislativa e Câmaras Municipais, as vagas são distribuídas de acordo com a votação recebida por cada partido ou coligação. Ou seja, quando um candidato bem votado não consegue uma vaga no Poder Legislativo, enquanto outro que tenha recebido menos votos é eleito, neste caso ‘vence’ o candidato que esteja no partido que recebeu o maior número de votos.

Como classifica o próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o eleitor vota, na realidade, no partido, o número que vem antes do número do candidato. Para chegar aos nomes dos candidatos eleitos, é preciso determinar o quociente partidário, dividindo-se a votação obtida por cada partido (votos nominais + votos na legenda) pelo quociente eleitoral, que considera as vagas disponíveis na disputa.

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